Papai Noel e Decorações de Natal: São Apropriados para Cristãos?
Creio que essa pergunta está na mente de muitos cristãos sinceros que buscam honrar a Deus e não criar um ambiente ruim em um momento de celebração.
A palavra mais norteadora para este artigo é: Equilíbrio!
Vamos apontar alguns fatos e ao final eu faço mais alguns outros comentários sobre o Natal, o simbolismo, o Cristo e o paganismo.
Origens Hebraicas e Bíblicas do Natal
O Natal, como celebração do nascimento de Jesus, tem suas raízes nos textos bíblicos, principalmente no Novo Testamento. Por exemplo, o Evangelho de Lucas (Lucas 2:1-20) narra o nascimento de Jesus em Belém, um evento crucial para a fé cristã. Além disso, fontes históricas e arqueológicas, como escritos de historiadores antigos como Josefo e achados em Belém, corroboram a existência de Jesus e seu impacto cultural e religioso.
A Data do Nascimento de Jesus
A Bíblia não especifica a data exata do nascimento de Jesus. Alguns estudiosos, com base em pistas como a descrição dos pastores no campo (Lucas 2:8), sugerem que o nascimento poderia ter ocorrido na primavera ou no outono, mas não em dezembro, que é um período de inverno rigoroso na região. Biblical Archaeology Society oferece uma análise detalhada dessas teorias.
Dezembro: Escolha da Igreja Católica e Líderes Ocidentais
A escolha de 25 de dezembro como a data para celebrar o Natal está ligada à tentativa da Igreja Católica de cristianizar festivais pagãos como o Sol Invictus. Historiadores como David Gwynn discutem essa sincronização em obras como “Christianity in the Later Roman Empire”. Este processo visava facilitar a conversão dos pagãos ao cristianismo. https://abbaplay.com.br/sejamembro/
Elementos da Celebração Natalina no Ocidente
Muitos símbolos do Natal, como a árvore de Natal e o Papai Noel, têm origens que vão além do cristianismo. Por exemplo, a tradição da árvore de Natal pode ser rastreada até as práticas pagãs e culturas nórdicas, como descrito em “The History of Christmas” de Heather McDougall. Papai Noel, por outro lado, tem suas raízes na figura histórica de São Nicolau, mas foi amplamente influenciado por tradições folclóricas europeias e pela cultura popular.
A relação histórica entre o Natal e a Saturnália, bem como com Nimrode, é um tema de interesse e debate entre historiadores e estudiosos.
Saturnália e o Natal
Saturnália era uma festa romana que ocorria em dezembro, marcada por festividades, trocas de presentes e um geral relaxamento das normas sociais. Esta festa influenciou muitas das tradições que associamos ao Natal moderno, como a decoração de casas com guirlandas (círculos feitos de flores) e o hábito de dar presentes. Com a expansão do Império Romano e a posterior adoção do Cristianismo como religião oficial, muitos dos costumes da Saturnália foram incorporados às celebrações do Natal.
A escolha do dia 25 de dezembro para celebrar o Natal, por exemplo, não está documentada na Bíblia e parece estar alinhada com a data da Saturnália e outras festas pagãs de solstício de inverno, como uma forma de facilitar a transição cultural dos pagãos para o Cristianismo, conforme citei anteriormente.
Ninrode e o Natal
Pode o Natal estar associado a um culto antigo ao líder de Babel chamado Ninrode?
Quanto à figura de Ninrode, há menos consenso entre os estudiosos. Ninrode é uma figura bíblica mencionada no Gênesis, conhecida como um poderoso caçador (no Abba Play
temos uma aula falando das origens do Paganismo). Alguns teóricos da conspiração e estudiosos religiosos fazem conexões entre Ninrode e várias tradições pagãs, incluindo a celebração do Natal.
Por exemplo, alega-se que o dia 25 de dezembro era o aniversário de Ninrode e que muitas das tradições natalinas, como a árvore de Natal, têm origens em rituais associados a ele – onde Semíramis, por não encontrar as genitálias do então “deus” e marido Ninrode, espalhou artefatos em árvores para celebrar a virilidade de Ninrode – como explicamos no Abba Play, Semíramis afirmava estar grávida do espírito de Ninrode!
No entanto, estas teorias são frequentemente consideradas especulativas e não são amplamente aceitas na comunidade acadêmica.
Em resumo, enquanto a conexão entre o Natal e a Saturnália é bem documentada e aceita, as ligações com Nimrode são mais controversas e menos estabelecidas no discurso acadêmico.
3 Razões Para Valorizar o Natal Cristão
- União Familiar: Valoriza-se o Natal como um momento de união familiar e celebração do amor e da comunhão.
- Tempo de Perdão: O Natal oferece uma oportunidade para reflexão, perdão e renovação dos laços fraternais.
- Resistência ao Revisionismo Histórico: Celebrar o Natal com seus símbolos tradicionais pode ser visto como uma forma de preservar a herança cultural e religiosa contra as correntes de pensamento que buscam revisar a história.
Conclusão: Coerência e Soluções para os Cristãos
Os cristãos são encorajados a encontrar um equilíbrio entre o reconhecimento das raízes culturais do Natal e a manutenção do foco no significado espiritual da festa. O desafio está em celebrar o Natal de uma maneira que honre tanto a tradição original quanto a fé cristã genuína.
Há uma abordagem ponderada que considero benéfica para todos, e gostaria de compartilhá-la com vocês. Em nosso lar, temos duas crianças e sempre fizemos questão de ensinar-lhes a verdade desde cedo: explicamos que o Coelho da Páscoa é uma invenção, que Papai Noel não é real e que o verdadeiro significado do Natal é celebrar o nascimento de Jesus, enquanto o Halloween é uma festividade ligada aos espíritos e à morte, entre outras coisas. Procuramos transmitir esses ensinamentos de forma suave e não assustadora para os nossos filhos, mas sempre mantendo a honestidade.
Em nossa casa, optamos por não ter uma árvore de Natal ou luzes coloridas. No entanto, quando estamos na companhia de outras pessoas, focamos em promover o amor, a fraternidade, o perdão e a mensagem de Jesus. Jamais julgamos ou criticamos quem escolhe decorar com árvores ou luzes; ao contrário, acolhemos a todos com um sorriso e um abraço.
Em resumo, dentro de nosso lar, onde tenho a autoridade, procuro agir com sinceridade e verdade com nossos filhos. E, quando estamos em outros ambientes, ensinamos a eles o valor de amar e respeitar as pessoas ao nosso redor.
Nós temos uma chance única de evidenciar que Cristo nasceu, que a esperança está viva e que temos um Pai amoroso. Não perco muito tempo tentando provar o erro histórico de um símbolo, mas reforço a chance de conhecer de verdade o Salvador da humanidade.
Essa é a minha opinião sincera, pois seria muito fácil criar uma narrativa radical e fundamentalista, mas quando for no dia a dia, a prática talvez seja bem diferente e isso se chama hipocrisia.
Sim existem erros históricos e muitas distorções, mas talvez esta seja a única chance para pregar a Jesus e o amor a uma família que quase não se vê ou se une o ano inteiro!
O segredo aqui é ter o conhecimento, honrar a Cristo, compartilhar o amor e se for provocado – ou seja, se alguém me perguntar qual é a minha opinião sobre a verdadeira origem do natal e quais são as reais origens dos símbolos, eu vou aproveitar para oferecer um convite à reflexão e a verdade.
Talvez você tenha entendido que as 3 palavras definidoras aqui são: Equilíbrio, Verdade e Sabedoria.
Não negocie a verdade, mas comunique estas verdades com sabedoria e nisso você terá a chance de impactar alguém!
Um abraço, Paz!

